O clima de festa e reflexão que cerca o nascimento de Jesus é reforçado pela simbologia natalina criada ao longo dos séculos.
O 25 DE DEZEMBRO
O nascimento de Jesus é um fato historicamente concreto. É impossível precisar, porém, o dia em que isso ocorreu. O mais próximo da verdade seria dizer que o nascimento se deu entre março e abril, mas isso também não passa de mera especulação. A escolha do 25 de Dezembro, seria pelo fato de que muitos povos da Antiguidade, tinham o costume de realizar grandes festas nessa época do ano, por ocasião do solstício de inverno, anunciando a chegada da primavera. Essa celebração, conhecida como natalis solis invicti (nascimento do Sol Invencível), foi apropriada pelo cristianismo, no século IV, para marcar o nascimento de Jesus. Quem determinou a fixação da data no calendário cristão foi o Papa Júlio I.
O PRESÉPIO
A arte da montagem do presépio nasceu em 1224, na cidade italiana de Greccio, onde São Francisco de Assis teve a feliz iniciativa de encenar com os moradores locais o nascimento de Jesus, tal como estava descrito nos Evangelhos. Na noite de Natal, ele preparou a manjedoura com palha de feno nema gruta nos arredores da cidade e reuniu em torno dela populares representando a Sagrada Família e os três Reis Magos: Melchior, Baltasar e Gaspar. Acomodou ao lado deles um burrinho e um boi e convidou as pessoas a irem visitar o local, em oração. A iniciativa fez tanto sucesso, que inspirou a difusão da imagem do presépio pelo mundo cristão, chegando ao Brasil, no século 16, através do frade Gaspar de Santo Agostinho.
OS TRÊS REIS MAGOS
Após o nascimento de Jesus, segundo o Evangelho de São Mateus, surgem os Reis Magos provenientes do Oriente, que o visitaram em Belém guiados por uma estrela. Os nomes dos "Reis"; Baltasar (representante da raça africana); Belchior (representante da raça européia) e Gaspar (que representava a raça asiática), representando todas as raças conhecidas até à data, simbolizam a homenagem de todos os Homens da Terra a Jesus. Os três presentes oferecidos por eles, ouro (Belchior), incenso (Gaspar) e mirra (Baltasar), têm uma simbologia, pois o ouro era somente oferecido a Reis, perfazendo a sua nobreza; o incenso, representa a divindade e a mirra, simboliza Jesus como Homem e o sofrimento que iria ter ao longo da sua vida. Tradicionalmente católicos, Espanha e Itália são os países que maior importância e simbolismo atribuem a esta tradição. As crianças espanholas e italianas celebram o Natal como todas as outras mas têm de esperar pelo dia de Reis, 6 de Janeiro, para receber seus presentes.
A ESTRELA DE BELÉM
Conta a história, através do Evangelho segundo Mateus, que quando Jesus nasceu uma estrela anunciou seu nascimento e guiou os três Reis Magos do ocidente até o local onde estava o Menino Jesus, Maria e José. Essa estrela recebeu o nome de Estrela de Belém e o seu brilho intenso foi uma forma de representar que Jesus seria a luz do mundo. Astrônomos do século XVI explicaram que a Estrela de Belém se tratava de um cometa, mais precisamente o cometa Halley. Porém, este cometa apareceu bem antes do nascimento de Jesus, no ano 12 a.C. Além disso, outros cometas poderiam ter sido confundidos com a estrela de Belém, mas registros astronômicos comprovam que nenhum deles passou pela Judeia, podendo ser visto a olho nu, na época do nascimento de Jesus. Hoje em dia a estrela de Belém é caracterizada como um importante símbolo de natal, tendo uma cauda bem maior que seu tamanho.
SINOS
Os sinos anunciam o nascimento de Jesus, a vinda ao mundo do Cristo Salvador; a grande esperança de vida para todos. Simbolizam, em essência, a própria mensagem trazida pelo Cristo e seu novo mandamento: Amor a Deus e a seu próximo.
A ÁRVORE DE NATAL
Desde a Antiguidade, a árvore foi considerada uma expressão de fertilidade da mãe natureza. A árvore de Natal como símbolo natalino, tem origem no costume pagão de alguns povos europeus que enfeitavam suas casas, com folhagens ainda verdes, durante o inverno, para anunciar a proximidade da primavera. Na simbologia natalina, o pinheiro verdejante indica a manutenção da vida.
AS LUZES
Muitos povos costumavam pendurar velas nos galhos das árvores para acender na noite de Natal, simbolizando a presença de Cristo como luz que ilumina os homens e aquece os corações. Depois foram substituídas por lâmpadas.
AS BOLAS
No período medieval, o hábito de enfeitar as casas folhagens verdes, foi retomado pelos germânicos, que traziam para dentro de suas casas uma pequena árvore, decorando-a com maçãs. No decorrer do tempo, os frutos foram substituídos por bolas vitrificadas e o pinheiro passou a ser utilizado para a montagem da árvore de Natal, por manter suas folhas e a coloração sempre verde, mesmo sob o mais rigoroso inverno.
COROA DE ADVENTO
A Coroa simboliza o fato de Jesus ser Rei. Os Ramos verdes lembram a eternidade de Deus. Advento quer dizer tempo da chegada. Outra herança germânica incorporada aos lares do mundo todo. Um mês antes do Natal, os alemãs decoram suas casas com uma guirlanda, feita de ramos de abeto (uma espécie de árvore). Nela são colocadas quatro velas, sendo que cada uma delas é acesa num domingo que precede o Natal, deixando a última para a noite de 24 de Dezembro.
O que significa as velas da Coroa do Advento?
1ª vela: os profetas do Antigo Testamento que falaram da vinda e profetizaram o seu nascimento;
2ª vela: João batista, o último dos profetas, que preparou o caminho para Jesus;
3ª vela: Jesus Cristo virá para julgar os vivos e os mortos e edificar o seu reino;
4ª vela: Deus está em nosso meio sempre que ouvimos a sua palavra.
VELAS
A vela simboliza a luz que veio ao mundo com o nascimento de Cristo, como lemos no profeta Isaías 9.1: "O povo que andava na escuridão, viu uma forte luz; a luz brilhou sobre os que viviam nas trevas". Consumindo-se completamente para gerar luz, a vela simboliza a doação em favor da vida.
AS CANÇÕES NATALINAS
De todas as canções natalinas já compostas, nenhuma alcançou a popularidade de Noite Feliz. Essa composição, foi escrita em 1818, pelo padre austríaco Joseph Mohr e musicada pelo organista Franz Gruber, traduzida para mais de 80 idiomas. Seu nome original, em alemão, é Stille nacht, que significa Noite Silenciosa. Graças a sua beleza, a canção foi incluída, em 1840, no repertório do Coro Real de Berlim, mas ficou conhecida mundialmente, dez anos mais tarde, depois que sua letra foi traduzida para o inglês.
OS PRESENTES DE NATAL
Conforme conta a tradição, os três Reis Magos, guiados pela Estrela de Belém, foram ao local do nascimento de Jesus levando como presente ao recém-nascido ouro, incenso e mirra. Esse gesto tornou-se a explicação mais comum para a troca de presentes no dia de Natal, mas em alguns países, essas lembranças são dadas apenas no dia 06 de janeiro, como referência à data em que Mechior, Baltasar e Gaspar teriam visitado o Menino Jesus.
OS CARTÕES DE NATAL
Trocar cartões de Natal é outra forma de afeição difundida nessa época do ano. A tradição teria sido iniciada pelo artista gráfico britânico John Horley que, em 1843, resolveu enviar ao amigo Henry Cole um cartão ilustrado com a cena de uma reunião familiar sob a qual mandou grafar a frase "Feliz Natal e um própero Ano Novo". Há quem atribua, porém, a origem desse hábito a um conde italiano que, três séculos atrás, passou a enviar em cartões mensagens de felicitação pela chegada do Natal. De qualquer forma, independente de quem tenha tido essa motivação inicial, a tradição de enviar cartões de Boas Festas nesta época do ano espalhou-se pelo mundo.
O PAPAI NOEL
Segundo a tradição, essa figura simpática, também conhecida como Santa Clauss, teria sido inspirada em São Nicolau, santo patrono das crianças e dos marinheiros. Nasceu em 271, na Ásia Menor, e foi ordenado Bispo de Myra (atual Turquia). Dedicou sua vida a ajudar os menos favorecidos e nutria um profundo amor pelas crianças, São Nicolau costumava se disfarçar para, durante a noite, deixar presentes, comida, dinheiro e roupas nas janelas das casas mais humildes. A primeira vez que essa figura foi associada à neve, ao trenó e às renas foi no livro Uma visita de São Nicolau, escrito, em 1823, pelo inglês Clement Moore. A obra, que alcançou grande sucesso literário, começou a delinear, assim, a figura de Papai Noel tal como a conhecemos hoje. Mas a imagem do velhinho simpático, de barbas brancas e que lembra um vovê bondoso foi obra do cartunista norte-americano Thomas Nast, que em 1866, desenhou uma caricatura no jornal Harper's Weekly, que se transformou na figura oficial de Papai Noel.
O BONECO DE NEVE
O boneco de neve, é proveniente da neve existente no hemisfério norte, lugar que exige das pessoas uma convivência maior dentro das casas, e o clima natalino é um momento que proporciona essa convivência, onde as famílias se reúnem para confraternizar. Em países frios, as crianças saem durante o dia para produzir o boneco de neve. Colocam duas bolas grandes de neve uma sob a outra, um cachecol, uma cenoura para fazer o nariz, um chapéu, laranjas para fazer os olhos e galhos para servir de pés e mãos. Mesmo em países tropicais como o Brasil, o boneco de neve se transformou em peça de decoração de árvore de natal.
A CEIA DE NATAL
A Ceia de Natal originou-se do antigo costume europeu de deixar as portas das casas abertas no dia de Natal para receber viajantes e peregrinos, e esses, juntamente com a família hospedeira, confraternizavam aquela data tão significativa para os cristãos. Para essa comemoração era preparada bastante comida, composta por diversos pratos. Essa tradição foi se espalhando pelo mundo e cada região acrescentando uma particularidade local, como, por exemplo, a adição do peru na ceia norte-americana, peculiaridade que logo passou a fazer parte dos costumes de outros países,como no Brasil.
A MISSA DO GALO
Realizada na passagem de 24 para 25 de dezembro, a Missa do Galo é uma tradição presente na Igreja, desde o século VI. Naquela época, em Roma, celebravam-se três missas de Natal, sendo que a primeira delas, iniciada à meia noite do dia 24 de dezembro, era conhecida como Missa da Vigília do Canto do Galo, depois abreviada para Missa do Galo. Na verdade, o próprio canto do galo é também um sinal de que as trevas da noite estão dando lugar a um novo dia, tal qual a vinda de Jesus representa uma luz na história da humanidade.