CONVITE
PARA FESTA CAIPIRA
Vosmecês tá cunvidado
Pra dançá no arrastado
Das festança junina
Mas porém não arrepare
Pruque é festa de roça
Qui dô na minha paioça
Prus moço mais as menina.
Venham tudo satisfeito
Dançá com gosto e com jeito
Que vai sê bom de duê
Tem cumilâncias gostosa
E as moça mais fermosa
Pra vosmecês escolhê.
Venham tudo com as famia
Traga as neta, traga as fia
Os pai, as mãe, as avó
Qui nós recebe com amizade
A casa é grande, cumpade
E os coração é maió.
(Magdalena Léa)
Pra dançá no arrastado
Das festança junina
Mas porém não arrepare
Pruque é festa de roça
Qui dô na minha paioça
Prus moço mais as menina.
Venham tudo satisfeito
Dançá com gosto e com jeito
Que vai sê bom de duê
Tem cumilâncias gostosa
E as moça mais fermosa
Pra vosmecês escolhê.
Venham tudo com as famia
Traga as neta, traga as fia
Os pai, as mãe, as avó
Qui nós recebe com amizade
A casa é grande, cumpade
E os coração é maió.
(Magdalena Léa)
EU SÔ
EU, VANCÊ É VANCÊ
Num recado cumpricado,
Vancê me mando dizê,
Que gostava de sê eu,
Si eu tambeim fosse vancê...
Mai que recado arretado
Que ocê mando pra eu.
Se vancê fosse vancê,
Vancê num seria eu...
Ocê sabe que eu sô eu...
Nunca que eu vô sê vancê,
E se vancê fosse eu,
Cumo é que eu ia sabê?
Se ocê intão num dissesse
Que era eu, e eu vancê,
Nois duas, abestaiadas,
Ficava inté sem sabê.
Ocê bem que gostaria
De sê eu - pode dizê!
E eu tambeim que gostaria
De num sê eu, sê vancê!
É só eu oiá procê
E vancê oiá pra mim,
Nóis sabe quem que nois semo
Por esse mundão sem fim.
Vancê e eu, num tem jeito;
Temo por nóis, amizade.
Uma num vai sê a otra
Nem trocá de indentidade!
Continua sendo ocê,
Num quero trocá mais não
Eu continuo a sê eu,
Senão vai dá cunfusão.
Se nóis trocasse o marido,
Despois, cumo é que ia sê?
Se ocê durmisse com o meu,
Será que ia dizê?
Se eu dormisse coteu
Eu mesma, num te dizia...
Pra que? num carece mesmo,
Contá nossas fantasia...
Ia sê muito bem feito
Pra nóis aprende a lição.
Nóis pode uma sê a otra,
Marido? Num troco não!
(Mírian Warttusch)
Num recado cumpricado,
Vancê me mando dizê,
Que gostava de sê eu,
Si eu tambeim fosse vancê...
Mai que recado arretado
Que ocê mando pra eu.
Se vancê fosse vancê,
Vancê num seria eu...
Ocê sabe que eu sô eu...
Nunca que eu vô sê vancê,
E se vancê fosse eu,
Cumo é que eu ia sabê?
Se ocê intão num dissesse
Que era eu, e eu vancê,
Nois duas, abestaiadas,
Ficava inté sem sabê.
Ocê bem que gostaria
De sê eu - pode dizê!
E eu tambeim que gostaria
De num sê eu, sê vancê!
É só eu oiá procê
E vancê oiá pra mim,
Nóis sabe quem que nois semo
Por esse mundão sem fim.
Vancê e eu, num tem jeito;
Temo por nóis, amizade.
Uma num vai sê a otra
Nem trocá de indentidade!
Continua sendo ocê,
Num quero trocá mais não
Eu continuo a sê eu,
Senão vai dá cunfusão.
Se nóis trocasse o marido,
Despois, cumo é que ia sê?
Se ocê durmisse com o meu,
Será que ia dizê?
Se eu dormisse coteu
Eu mesma, num te dizia...
Pra que? num carece mesmo,
Contá nossas fantasia...
Ia sê muito bem feito
Pra nóis aprende a lição.
Nóis pode uma sê a otra,
Marido? Num troco não!
(Mírian Warttusch)
AI QUE
FRIO BÃO
Frio Bão é muito mió
Se eu tivé acumpanhada
Mai si eu estivé sozinha,
Morro dura e cungelada!
Num tem cobertô mió
Que os braço do meu amô
Intonce eu num sinto frio,
Chego até sinti calô...
Credo in cruiz, misericórdia,
Nha Zefa que tá sozinha
Ta roxa de sinti frio,
Tenho dó da coitadinha.
Fui inté na casa dela,
Pra levá um cobertô,
Entrei - tava a porta aberta,
Gelei cum o que vi... Ó dô...
Vi a danada quentinha
Nos braço do Zé Tição
- Ele é meu home, sabia?
Mai que baita traição.
Nunca supuis tar desdita,
Virei fera nessa hora,
Pidi corage pros santo,
Pros anjo e Nossa Sinhora.
Eles me viru e gelaro,
Ele nu... E ela pelada!
Nem pisquei; joguei nos dois
Um barde dágua gelada!
Deixei os dois pavorados
Tremendu de frio e medo...
E eu depressa fui simbora,
Vô ti contá um segredo:
Mar sabe ele, coitado...
Pensa que sabe de tudo...
Pois eu tambeim num sô santa
E ele tambeim é chifrudo.
Num me arrependo di nada,
Traição pur traição,
Tem otros braço mió
Que os braço do Zé Tição!
(Mírian Warttusch)
Frio Bão é muito mió
Se eu tivé acumpanhada
Mai si eu estivé sozinha,
Morro dura e cungelada!
Num tem cobertô mió
Que os braço do meu amô
Intonce eu num sinto frio,
Chego até sinti calô...
Credo in cruiz, misericórdia,
Nha Zefa que tá sozinha
Ta roxa de sinti frio,
Tenho dó da coitadinha.
Fui inté na casa dela,
Pra levá um cobertô,
Entrei - tava a porta aberta,
Gelei cum o que vi... Ó dô...
Vi a danada quentinha
Nos braço do Zé Tição
- Ele é meu home, sabia?
Mai que baita traição.
Nunca supuis tar desdita,
Virei fera nessa hora,
Pidi corage pros santo,
Pros anjo e Nossa Sinhora.
Eles me viru e gelaro,
Ele nu... E ela pelada!
Nem pisquei; joguei nos dois
Um barde dágua gelada!
Deixei os dois pavorados
Tremendu de frio e medo...
E eu depressa fui simbora,
Vô ti contá um segredo:
Mar sabe ele, coitado...
Pensa que sabe de tudo...
Pois eu tambeim num sô santa
E ele tambeim é chifrudo.
Num me arrependo di nada,
Traição pur traição,
Tem otros braço mió
Que os braço do Zé Tição!
(Mírian Warttusch)
FESTA
DE SÃO JOÃO
Comprei um vestido de chita,
Chapéu de palha mandei fazer,
Eu quero ficar bonita
Para o meu benzinho ver.
A festa vai ser na roça,
Lá no sítio do seu Zé
E dentro de uma palhoça
Vai ter o arrasta pé...
Vai ter pinhão e quentão,
Batata doce e macaxeira,
Vamos pular fogueira
Para festejar São João.
Tem convite prá quem quiser,
Seja homem ou mulher
E prá a festa ficar animada
Levem também a criançada.
(Hilda Persiani)
Comprei um vestido de chita,
Chapéu de palha mandei fazer,
Eu quero ficar bonita
Para o meu benzinho ver.
A festa vai ser na roça,
Lá no sítio do seu Zé
E dentro de uma palhoça
Vai ter o arrasta pé...
Vai ter pinhão e quentão,
Batata doce e macaxeira,
Vamos pular fogueira
Para festejar São João.
Tem convite prá quem quiser,
Seja homem ou mulher
E prá a festa ficar animada
Levem também a criançada.
(Hilda Persiani)
TEIM
FESTANÇA? TÔ LÁ
Cê mi convidô ieu, num convidô?
Sodisquivô, é pruque vô, misperi, uai sô...
Dasveis qui falei, nunca faiei...
Miesperi pruquê vô chegá, i munto tiamá...
Essa festança, quero perdê, não...aravejasó...
Siocê qué cum ieu dançá, noi vai dançá...
Tô doidin pra ti arrochá, i si facilitá,
Prinriba da cama tijogá,
E adispois, seinão si vampará...
Mispera ieu, cê sabi qui sô teu...
A vida ispera nóis...
Iscuitei tua vóis
mi chamano,
I já tô chegano...
(Marcial Salaverry)
Cê mi convidô ieu, num convidô?
Sodisquivô, é pruque vô, misperi, uai sô...
Dasveis qui falei, nunca faiei...
Miesperi pruquê vô chegá, i munto tiamá...
Essa festança, quero perdê, não...aravejasó...
Siocê qué cum ieu dançá, noi vai dançá...
Tô doidin pra ti arrochá, i si facilitá,
Prinriba da cama tijogá,
E adispois, seinão si vampará...
Mispera ieu, cê sabi qui sô teu...
A vida ispera nóis...
Iscuitei tua vóis
mi chamano,
I já tô chegano...
(Marcial Salaverry)
"SINHAZINHA
VEM DA ROÇA"
Minha gente eu vim da roça,
Do mato, lá do fundão...
Deixei a minha paioça,
Deixei o meu coração,
A mode de festejá
Meu santo, meu São João!
Virge! Mas quanta festança
Tô vendo aqui no arraiá!
Tem fogueiras e tem dança
E nós pode se alegrá!
Tá ansim de moça bunita,
Com suas saias de chita,
Nas trança um laço de fita
Pro mode os moço pegá.
E os moços? Que buniteza!
Tantos moço bunitão,
Que inté sinto uma agonia,
Ai meu santo, São João,
Aqui no meu coração.
Ói só, tá tudo me oiando,
E com cada zoião
Que inté eu fico vexada
E ponho os óio no chão.
Vou-me embora, minha gente,
Vou-me embora pro sertão,
A sodade tá apertando,
E eu não güento mais não...
Mas antes vamo dançá
Inté a festa acabá!
(Magdalena Léa)
Minha gente eu vim da roça,
Do mato, lá do fundão...
Deixei a minha paioça,
Deixei o meu coração,
A mode de festejá
Meu santo, meu São João!
Virge! Mas quanta festança
Tô vendo aqui no arraiá!
Tem fogueiras e tem dança
E nós pode se alegrá!
Tá ansim de moça bunita,
Com suas saias de chita,
Nas trança um laço de fita
Pro mode os moço pegá.
E os moços? Que buniteza!
Tantos moço bunitão,
Que inté sinto uma agonia,
Ai meu santo, São João,
Aqui no meu coração.
Ói só, tá tudo me oiando,
E com cada zoião
Que inté eu fico vexada
E ponho os óio no chão.
Vou-me embora, minha gente,
Vou-me embora pro sertão,
A sodade tá apertando,
E eu não güento mais não...
Mas antes vamo dançá
Inté a festa acabá!
(Magdalena Léa)
QUADRAS
DE SÃO JOÃO
O vinte e quatro de Junho
É o dia de São João
Quando já nasce o abrunho
E se come até sem pão.
Isabel e Zacarias
P’ra serem pais de João
Rezaram todos os dias
Perseverante oração.
São João namorador,
Assim diz a voz do povo,
P’ras moças lhe ter amor,
Aceitou morrer de novo.
São João era bom Santo,
Mas era muito “velhaco”:
Com as moças pelo Campo,
Levou três e trouxe quatro.
As moças bem enfeitadas
Cada qual com seu balão,
Todas vão, enamoradas,
À festa de São João.
Meu querido São João,
És um Santo popular,
Traz teu arco e teu balão,
Vem com o povo dançar.
Alho porro e manjerico,
Em manhãs de orvalhadas,
Nasce o Sol e é bonito,
Vão-se as moças bem cansadas.
O “maciço” a estalar
Na cabeça dos carecas,
É costume popular,
A quem as tem descobertas.
Deixemos de profanar
O nome de São João,
Mais graças lhe vamos dar
Se fizermos oração.
Não te zangues São João,
Com a alegria do Povo.
Assim cresça a devoção
Nos jovens do mundo novo.
Foi com grande admiração
Que o povo um dia viu isto:
Lá nas águas do Jordão
São João batizou Cristo.
João pregou no deserto
E lá fazia orações.
Seu alimento mais certo:
Mel silvestre e saltões.
Uma pele de camelo,
Único fato que tinha,
Todos corriam a vê-lo,
Toda a gente a ele vinha:
Endireitai os caminhos,
O Messias está a chegar:
Corrigi os desatinos
P’ra Ele vos perdoar.
Será lembrado p’ra sempre
O que ele quis ensinar:
Que não era competente
Do calçado Lhe apertar.
E João foi a Herodes,
Ao Palácio criticar:
- Com essa mulher não podes
Pretendê-la p’ra casar.
Mas Herodes, irritado,
Mandara João prender:
Por não o ter “respeitado”
Na prisão irá morrer.
Herodíades ao Rei
Pediu-lhe que se vingasse.
Logo ele ditou a lei,
Mandando que o degolasse.
(Alípio Fernandes)
O vinte e quatro de Junho
É o dia de São João
Quando já nasce o abrunho
E se come até sem pão.
Isabel e Zacarias
P’ra serem pais de João
Rezaram todos os dias
Perseverante oração.
São João namorador,
Assim diz a voz do povo,
P’ras moças lhe ter amor,
Aceitou morrer de novo.
São João era bom Santo,
Mas era muito “velhaco”:
Com as moças pelo Campo,
Levou três e trouxe quatro.
As moças bem enfeitadas
Cada qual com seu balão,
Todas vão, enamoradas,
À festa de São João.
Meu querido São João,
És um Santo popular,
Traz teu arco e teu balão,
Vem com o povo dançar.
Alho porro e manjerico,
Em manhãs de orvalhadas,
Nasce o Sol e é bonito,
Vão-se as moças bem cansadas.
O “maciço” a estalar
Na cabeça dos carecas,
É costume popular,
A quem as tem descobertas.
Deixemos de profanar
O nome de São João,
Mais graças lhe vamos dar
Se fizermos oração.
Não te zangues São João,
Com a alegria do Povo.
Assim cresça a devoção
Nos jovens do mundo novo.
Foi com grande admiração
Que o povo um dia viu isto:
Lá nas águas do Jordão
São João batizou Cristo.
João pregou no deserto
E lá fazia orações.
Seu alimento mais certo:
Mel silvestre e saltões.
Uma pele de camelo,
Único fato que tinha,
Todos corriam a vê-lo,
Toda a gente a ele vinha:
Endireitai os caminhos,
O Messias está a chegar:
Corrigi os desatinos
P’ra Ele vos perdoar.
Será lembrado p’ra sempre
O que ele quis ensinar:
Que não era competente
Do calçado Lhe apertar.
E João foi a Herodes,
Ao Palácio criticar:
- Com essa mulher não podes
Pretendê-la p’ra casar.
Mas Herodes, irritado,
Mandara João prender:
Por não o ter “respeitado”
Na prisão irá morrer.
Herodíades ao Rei
Pediu-lhe que se vingasse.
Logo ele ditou a lei,
Mandando que o degolasse.
(Alípio Fernandes)
Muito bons minha filha adorou!!!!
ResponderExcluirQue bom!
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